sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O tesouro de J. D. Salinger

É difícil de acreditar que, até o começo deste ano, Salinger estava vivo. Depois da publicação de Hapworth, em 1965, o cultuado autor de O Apanhador no Campo de Centeio se estabeleceu em Cornish, uma cidadezinha com menos de dois mil habitantes, na costa leste dos EUA, e levou uma vida de reclusão quase absoluta. Mas ele não parou de escrever! De acordo com um de seus vizinhos, Salinger teria pelo menos 15 textos inéditos guardados em um cofre. Ao longo dos seus 45 anos de isolamento, Salinger deu raríssimas entrevistas. Em uma delas (para o New York Times, em 1974), disse: “Há uma maravilhosa paz em não publicar. Uma publicação é uma terrível invasão de privacidade. Eu gosto de escrever. Amo escrever. Mas escrevo para mim mesmo e para o meu próprio deleite”. Essa declaração me remete a um de seus personagens, Seymore Glass, o intelectual místico que se distancia do mundo real. Atualmente, o roteirista Shane Salerno tem dois grandes projetos envolvendo o legado de Salinger. O primeiro é um documentário com depoimentos de artistas e pessoas próximas a Salinger, que começou a ser produzido ainda antes da morte do escritor (no dia 27 de Janeiro de 2010), e o segundo é uma biografia de 800 páginas intitulada A Guerra Privada de J. D. Salinger, escrito em parceria com David Shields. De acordo com Salerno, esses dois projetos, que já estão em fase final, “devem corrigir uma série de disparates que se tem dito sobre a vida de Salinger ao longo das décadas”. É possível. Mas, para quem aprecia a obra de Salinger, nada se compara à expectativa de ler um texto inédito do autor. 

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Homenagem ao Poeta Moraes em seu 49º aniversário

Estive ontem à noite no Ponto de Cultura Bola de Meia. Para comemorar o Dia do Poeta e o seu aniversário, o Poeta Moraes falou sobre o papel do poeta na sociedade, fez uma homenagem a velhos poetas joseenses, como Hélio Pinto Ferreira, e declamou alguns poemas. Foi uma experiência nostálgica para mim porque, há mais ou menos 20 anos, fui aluno do Poeta Moraes no colégio...

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Preparação para o evento


Organizar um encontro cultural não é fácil, mas é uma experiência fascinante. Durante o feriado, estivemos reunidos na Escola Moabe Cury, acertando os últimos detalhes para o evento do dia 17. Participaram da reunião o presidente da AVLA, Alberto Mazza, que veio de Taubaté acompanhado de mais 4 diretores da Academia (Alda Lopes, Silvinha Simões, Márcio Carneiro e Cid Maomé), o pessoal da Cia Cultural Farol São José (eu, Rogério Rodrigues, Eduardo José, Andréa Vertera, Isildinha Prado e Manfredini), o Vinícius Dias e o Hugo Carvalho da Cia Tripoloucos e o Adriano do Programa Escola da Família Moabe Cury. O evento é neste domingo, não se esqueçam!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A irresistível blogosfera

A diferença entre o autor clássico e o autor contemporâneo é que o contemporâneo, ao contrário do clássico, possui um blog. Antigamente, para dirigir-se ao público de uma maneira mais corriqueira e menos dispendiosa, os escritores precisavam fundar ou associar-se a uma pequena revista ou jornal. Dostoiévski, por exemplo, teve um par de revistas literárias. A primeira se chamou “A Época”, e a segunda, “O Tempo”. Raul Pompéia, antes de editar o seu Ateneu, divulgou-o em forma de folhetins, na Gazeta de Notícias. Machado de Assis publicou o seu primeiro soneto em um jornal pouquíssimo conhecido, cujo nome era O Periódico dos Pobres, e, um ano depois, começou a escrever na Marmota Fluminense, uma revista bimensal. Hoje, com a internet, a literatura pode estar um tanto banalizada, mas, se Dostoiévski, Raul Pompéia ou Machado de Assis fossem contemporâneos, eles certamente seriam blogueiros. 

domingo, 3 de outubro de 2010

Eu não quero votar

São 9h16 da manhã. Acabo de retornar da padaria. Nas ruas e nas avenidas há um movimento de pessoas diferente do usual: são os eleitores que marcham rumo às urnas, mais ou menos cientes de que Dilma Rousseff já é a vencedora. Vinte anos atrás, Sílvio Santos era candidato a presidente e só não ganhou porque foi impugnado pelo Tribunal Superior Eleitoral, algo emblemático para um país cujo governo se livrava do pulso firme dos ditadores e caía no ardoroso colo das figuras populares. Agora já são 9h25. Estive andando em círculos no interior do meu apartamento. Não sei em que horário vou votar. Pior do que isso: não sei EM QUEM vou votar.