sábado, 14 de maio de 2011

On The Road, clássico de Jack Kerouac, chega finalmente ao cinema

Há pelo menos dois brasileiros com quem eu gostaria de conversar sobre Jack Kerouac. Eram três, mas um deles, o Roberto Piva, morreu no ano passado. Os outros dois são Walter Salles, que dirigiu o tão aguardado On The Road, que já está na pós-produção e deve ser lançado nos próximos meses, e Eduardo Bueno, o jornalista gaúcho que traduziu os meus dois livros preferidos do Kerouac: On The Road e Viajante Solitário. A adaptação cinematográfica de On The Road começou a ser ventilada pelo próprio Jack Kerouac, em 1957, que desejava ver Marlon Brando no papel de Dean Moriarty, mas a ideia não se concretizou. Em 1979, o cineasta americano Francis Ford Coppola comprou os direitos para fazer o filme. Vários projetos foram iniciados. No final dos anos 1990, dizia-se que o filme seria rodado com Brad Pitt e Ethan Hawke nos papéis principais e o próprio Coppola na direção, coisa que não aconteceu. Um pouco depois, nos anos 2000, surgiram novas especulações envolvendo os atores Colin Farrell e Billy Crudup e o diretor Joel Shumacher. Todos esses projetos fracassaram. Coppola estava insatisfeito. Queria muito produzir esse filme, mas ainda não tinha encontrado a pessoa certa para dirigi-lo. E foi então que, em 2004, ele assistiu Os Diários de Motocicleta, o magistral filme de Walter Salles que trata das andanças do jovem Che Guevara pela América do Sul. Na verdade, Walter Salles vem se especializando em Road Movies há algum tempo. Os personagens de Terra Estrangeira (1995) e Central do Brasil (1998) também são viajantes das estradas. Diante dessa filmografia, Francis Ford Coppola não teve dúvidas: contratou o diretor brasileiro. No vídeo a seguir, uma excelente matéria do programa Metrópolis, de 2010, Walter Salles fala sobre um documentário da Geração Beat, que ele estava finalizando, e sobre a expectativa de filmar On The Road.
O livro Na Estrada – O Cinema de Walter Salles, do jornalista Marcos Streeker, deve ser muito interessante, mas o título me pareceu uma grande insensatez, já que é um homônimo do livro do Kerouac, embora o título de algumas traduções brasileiras seja Pé Na Estrada. O elenco do filme traz Sam Riley (que recentemente interpretou o roqueiro Ian Curtis no filme Control) no papel de Sal Paradise (alter-ego de Jack Kerouac); Kristen Stewart (da saga Crepúsculo) como Mary Lou e Garrett Hedlund (Eragon, Tron) como Dean Moriarty. Os personagens secundários ficam com Kirsten Dunst (Homem-Aranha), Viggo Mortensen (O Senhor dos Anéis), Amy Adams (Prenda-me se For Capaz) e com a brasileira Alice Braga (Cidade de Deus), sobrinha de Sônia Braga.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Presente de valor inestimável


No começo do ano, postei aqui em meu blog um Roteiro para ler Dostoiévski, sugerindo uma sequência de leitura para que novos leitores conheçam a obra do grande mestre russo. O post obteve vários comentários, que agregaram muito valor ao roteiro, e, além dessa repercussão, recebi um email da minha querida amiga e concunhada Fernanda, que mora em Recife. Ela me falou um tanto enigmaticamente de uma coleção com as obras completas do Dostoiévski, que ela e a sua irmã Lu, a minha cunhada, ganharam de herança do pai. Nesse email, perguntou-me se eu estava interessado em algum dos volumes... Interessado? Eu? Há uma porção de contos e novelas do Dostoiévski que só podem ser encontrados, em português, nas Obras Completas, da Editora José Olympio, que conta com algumas traduções (indiretas) da Rachel de Queiroz e alguns prefácios do Otto Maria Carpeaux. É claro que eu estava interessado. No entanto, não tive coragem de escolher um volume. Em primeiro lugar porque não conseguia me decidir qual. Queria muito ler O Adolescente, um importante romance da fase madura do escritor, que recentemente foi lançado pela Editora Companhia das Letras, porém numa tradução não-integral, para a minha grande decepção. Também desejava muito ler histórias como O Sósia, A Mulher Alheia e O Homem Debaixo da Cama, O Sonho do Titio, Polzunkov, O Heroizinho, O Ladrão Honrado e A Árvore de Natal e Um Casamento, que estão distribuídos em diferentes tomos. Além dessa incapacidade de me decidir, achava inadequado desfalcar a coleção, sobretudo por se tratar de uma herança. Resultado: me dei bem! No começo de Abril, a Fernanda veio para São Paulo a fim de assistir ao show do U2, passando pelo Rio de Janeiro, e durante toda essa viagem ela carregou os 10 pesados volumes das Obras Completas de Dostoiévski numa caixa enorme. Que linda surpresa! Acabo de ler o prefácio de O Adolescente, de Ledo Ivo, que diz: “É como se o leitor, tornado numeroso, assistisse ao desfile de suas imagens potenciais. Todas as máscaras escondidas nos desvãos da psicologia se propõem ao seu rosto. Epopeia íntima, a obra de Dostoiévski se funda no conhecimento do homem”. Graças a este presente, tornei-me mais numeroso e ganhei acesso a novas imagens escondidas. Daqui a oito ou nove anos, quando eu terminar de ler e reler a sua obra, quem sabe não venha a ser um verdadeiro especialista em Dostoiévski? Fica aqui o meu profundo agradecimento à Fernanda. É bom ter amigos!

terça-feira, 3 de maio de 2011

Na Mira dos Livros: Bienal do Livro de São José dos Campos de 2011





Os vídeos acima fazem parte da série Na Mira dos Livros, projeto do escritor paulistano Leandro Schulai, integrante da Revista Fantástica. Pessoalmente, embora não me enquadre no gênero fantástico, sou um grande apreciador da revista e ouvinte assíduo do podcast semanal Papo Fantástica. Acho que a presença deles na nossa Bienal agregou muito valor ao evento.