terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Um roteiro para ler Dostoiévski

Tive a ideia de elaborar este roteiro ao constatar o seguinte fenômeno: muitas pessoas que se lançam na obra de Dostoiévski escolhem, como primeira leitura, Crime e Castigo ou Os Irmãos Karamázov, por serem os livros mais comentados do autor, e uma grande parte destes leitores, talvez a maioria, abandona o livro, sobretudo os que começam por Os Irmãos Karamázov. Além disso, há o problema das traduções. Embora Dostoiévski já tenha encantado milhares de leitores brasileiros no século passado, somente de uns anos para cá, com as traduções feitas diretamente do russo, estamos tendo acesso a textos mais fiéis ao verdadeiro Dostoiévski. De modo geral, a linguagem de Dostoiévski não é difícil; pelo contrário, é acessível e proporciona uma leitura rápida, mas há elementos que podem causar uma falsa impressão de densidade, como, por exemplo, os nomes russos, com os seus patronímicos, as variações e as numerosas consoantes, os diálogos quilométricos (com frequência os personagens de Dostoiévski falam “como se estivessem lendo um livro”), as digressões, os devaneios, os circunlóquios e os excessos (esses excessos são importantes do ponto de vista estilístico).

É claro que começar pelos grandes romances não é nada de tão absurdo assim. Eu mesmo comecei por Crime e Castigo, no inverno de 1999, mas essa primeira experiência não foi muito boa. Por falta de orientação, adquiri um exemplar da Editora Ediouro, com tradução de Carlos Heitor Cony. Eu gosto muito do Cony, já li muitos de seus romances e já assisti a uma palestra sua, que me pareceu ótima, e sempre recomendo fortemente os seus livros, mas a sua tradução de Crime e Castigo deve ser evitada, já que é indireta (é uma tradução de uma tradução para o francês) e, o pior de tudo, o texto não é integral. Seguir a ordem cronológica também me parece desaconselhável, já que, nesse caso, começaríamos com uma série de textos menos expressivos e demoraríamos muito para chagar a Os Irmãos Karamazov

UM ROTEIRO PARA LER DOSTOIÉVSKI
por Pablo Gonzalez

O roteiro a seguir está dirigido a pessoas que estão iniciando a sua caminhada pela obra de Dostoiévski, mas os leitores experientes estão convidados a analisar, criticar, aprovar ou desaprovar, acrescentar informações, comentar e dar os seus próprios conselhos aos principiantes.

1. Noites Brancas (1848) – Escolhi Noites Brancas como ponto de partida para o nosso roteiro por três razões. Primeiro: trata-se de um romance breve (muitos o classificam como novela ou conto longo), que pode ser lido facilmente em um único dia. Segundo: o protagonista e narrador da história, cujo nome não é mencionado em nenhum momento, tem características que reaparecerão em personagens importantes dos grandes romances, como o príncipe Michkin (O Idiota) e Dmítri Karamazov (Os Irmãos Karamazov), servindo, dessa maneira, como uma pequena amostra do herói dostoievskiano. Terceiro: logo nas primeiras páginas do livro, enquanto faz observações angustiantes sobre a sua vida, o narrador caminha sem rumo pelas ruas de São Petersburgo. Podemos ver o Rio Nievá, a Avenida Nievski, e não existe melhor maneira de se entrar no universo de Dostoievski do que vagando por essa cidade tão recorrente em sua obra. Noites Brancas é uma história de amor. O enredo é simples e repleto de suspense. Depois de perambular durante três dias, o protagonista conhece uma jovem e imediatamente se apaixona. Ela aceita se encontrar outras vezes com a condição de que ele lhe permita contar a sua trágica história. Edição brasileira recomendada: Noites Brancas, Editora 34, tradução de Nivaldo dos Santos - 96 páginas.

2. Um Jogador (1867) – Como segundo passo, optei por este intrigante romance, que também foi traduzido como O Jogador, por proporcionar uma leitura rápida e leve e pertencer a uma etapa importante da vida e da produção literária do autor. O livro é considerado altamente autobiográfico, já que Dostoiévski tinha o vício do jogo e perdeu muito dinheiro nos cassinos europeus. Assim como em Noites Brancas, a narrativa está na primeira pessoa, mas desta vez o protagonista tem nome, Aleksiéi Ivânovitch, e é bem mais complexo. A história transcorre numa cidade fictícia da Alemanha, Roletemburgo (uma alusão à roleta dos cassinos) e os personagens têm diversas nacionalidades (russa, inglesa, alemã, francesa, polonesa...). Edição brasileira recomendada: Um Jogador, Editora 34, tradução de Boris Schnaiderman - 232 páginas.

3. Depois de ler Noites Brancas e Um Jogador, certamente já estaremos prontos para embarcar em Crime e Castigo, o primeiro grande romance do nosso roteiro, mas, apenas para ir intercalando romances com novelas, sugiro a leitura de duas pequenas pérolas da última fase do escritor. São elas: A Dócil (1876) e O Sonho de Um Homem Ridículo (1877), que foram reunidas pela Editora 34 no livro Duas Narrativas Fantásticas. Na primeira, encontramos um comerciante bem-sucedido que tenta entender o suicídio da jovem esposa. Na segunda, é o narrador quem está a ponto de acabar com a própria vida, mas ele adormece na poltrona, diante do revolver, e tem um sonho fantástico e redentor, que o conduz a um mundo perfeito, habitado por criaturas belas e bondosas (o tema da utopia é recorrente em Dostoiévski). Edição brasileira recomendada: Duas Narrativas Fantásticas, Editora 34, tradução de Vadim Nikitin - 128 páginas.

4. Crime e Castigo (1866) – Classificar um romance de Dostoiévski como policial é, sem dúvida, um erro, mas este livro tem vários elementos do gênero: um crime terrível e premeditado, a fuga, a investigação implacável, o suspense da primeira à última página. Utilizando a terceira pessoa, o autor nos coloca na mente de diversos personagens. O protagonista e executor do crime (e um dos personagens mais célebres de toda a literatura universal) é Raskólnikov, um jovem orgulhoso e perturbado. A heroína é Sônia, uma garota que, diante do alcoolismo do pai e da enfermidade da mãe, é obrigada a se prostituir para alimentar os irmãos pequenos. O detetive é o impiedoso Porfiri Pietróvitch (na verdade, trata-se de um juiz de instrução, mas é ele quem investiga o caso, promovendo interrogatórios que beiram a tortura psicológica). Raskólnikov nega o crime, mas, ao mesmo tempo, sente uma necessidade de expiar a culpa; apaixona-se pela prostituta, delira, é ajudado por um amigo que se envolve com a sua irmã; Porfiri encontra um estranho artigo que Raskólnikov escreveu na faculdade, quando era estudante de Direito, e esse artigo se transforma numa pista para desvendar o crime. De acordo com o ensaísta Otto Maria Carpeaux, conhecer Dostoiévski é como conhecer o mar. Quem estiver seguindo este roteiro e começou com Noites Brancas e Um Jogador já terá visto esse mar, mas ler Crime e Castigo é como ser arrastado por uma onda desse mar numa terrível tempestade. A experiência é avassaladora. Nenhuma pessoa continua sendo a mesma depois de fechar este livro. Edição brasileira recomendada: Crime e Castigo, Editora 34, tradução de Paulo Bezerra - 568 páginas.

5. O Eterno Marido (1870) – Embora tenha a sua dose dramática, o Eterno Marido é um dos livros mais engraçados de Dostoiévski. Por essa razão, e também por ser curto, leve e, para alguns críticos, o texto mais bem acabado do escritor, coloquei-o depois de Crime e Castigo no nosso roteiro. O tema central é a infidelidade, não a infidelidade passional, mas uma infidelidade instintiva, intrínseca, automática. Vienltchâninov tem a impressão que está sendo seguido por um homem misterioso, que parece estar por toda São Petersburgo, eles travam conhecimento, o homem se revela o marido da sua ex-amante, que acaba de falecer. Vienltchâninov tem um sonho premonitório, surgem uma menina de paternidade duvidosa, uma carta escrita há vários anos pela finada e um segundo ex-amante da mesma. Em determinado ponto do livro, o protagonista afirma que algumas mulheres parecem ter nascido para serem infiéis, mas que, para esse tipo de mulher, existe um tipo de homem correspondente: o eterno marido. A trama está cheia de surpresas e o suspense é conduzido de modo magistral até o fim. Edição brasileira recomendada: O Eterno Marido, Editora 34, tradução de Boris Schnaiderman - 216 páginas.

6. Memórias do Subsolo (1864) – Nosso roteiro continua com outro livro fundamental de Dostoiévski. Trata-se de um texto obscuro, denso e perturbador. Se ler Crime e Castigo é conhecer as furiosas ondas do mar dostoievskiano, ler Memórias do Subsolo é afogar-se, chegar às profundezas desse mar e permanecer ali por minutos que parecem atemporais, na mais completa solidão. O livro está dividido em duas partes com estruturas narrativas diferentes. A primeira, que se chama “O Subsolo”, é um monólogo. Na segunda parte, “A propósito da neve molhada”, há um pequeno enredo, o homem subterrâneo abandona a escuridão, sai com os colegas do trabalho, pelos quais ele é desprezado, e se envolve com uma prostituta, mas o principal elemento continua sendo a voz, uma voz contundente, ressentida, paradoxal e sinistra, uma voz que causaria uma “alegria sem limites” a Nietzsche e revolucionaria toda a literatura, por inaugurar o uso de atmosferas alegóricas, na ficção, para tratar de temas filosóficos e sociais. Edição brasileira recomendada: Memórias do Subsolo, Editora 34, tradução de Boris Schnaiderman - 148 páginas.

7. O Idiota (1869) – Trinta anos antes que Freud publicasse a Interpretação dos Sonhos, Dostoiévski já demonstrava ser um profundo conhecedor da psique humana, fato que pode ser constatado em toda a sua obra e, especialmente, em O Idiota, o segundo grande romance do nosso roteiro. É o livro ideal para escapar da solidão e da angústia de Memórias do Subsolo, pela abundância de personagens, todos muito peculiares, e porque o protagonista, o príncipe Míchkin, nos encherá de esperanças. Ele é um homem simples e benevolente, que sabe perdoar, mas, por viver em uma sociedade corrompida, é visto como um idiota. Utilizando diálogos longos e outros recursos, como a transcrição de cartas e artigos (alterando o foco narrativo da terceira para a primeira pessoa), o autor nos conta uma série de episódios, alguns engraçadíssimos, que funcionam como histórias dentro da história, e um desses episódios tem grande importância, por ser autobiográfico: os suplícios de um condenado à morte. Devido à quantidade de personagens, é impossível resumir o enredo. As cenas finais deste livro são inesquecíveis. Edição brasileira recomendada: O Idiota, Editora 34, tradução de Paulo Bezerra - 682 páginas.

8. Gente Pobre (1846) – Depois de se deliciar com as incríveis aventuras do príncipe Míchkin, de O Idiota, que tal conhecer o primeiro livro de Dostoiévski? É o que sugiro como oitava leitura no nosso roteiro. A obra foi publicada quando o autor tinha apenas 24 anos. Normalmente, os escritores só alcançam o reconhecimento depois de publicar vários livros, mas esse não foi o caso de Dostoiévski. Gente Pobre foi recebido com grande entusiasmo pela crítica e pelo público. Trata-se de um romance epistolar, isto é, uma narrativa toda construída através de cartas: a correspondência entre Makar Diévuchkin e Varvara Alieksiêievna. Essa forma literária não representou nada de original ou inovador, pois já tinha sido amplamente utilizada no século XVIII (o exemplo mais célebre é Ligações Perigosas, do escritor francês Choderlos de Laclos), mas, em compensação, a sua maneira de abordar temas sociais foi considerada pioneira. Edição brasileira recomendada: Gente Pobre, Editora 34, tradução de Fátima Bianchi - 192 páginas.

9. O Crocodilo (1865) – Antes de mergulharmos nas mil páginas de Os Irmãos Karamazov, recomendo O Crocodilo, uma engraçadíssima novela de apenas 63 páginas, que ficou inacabada. Na edição da Editora 34, essa novela foi reunida com Notas de Inverno Sobre Impressões de Verão (1862), cuja leitura também gostaria de inserir neste ponto do roteiro, já que se trata de uma excelente oportunidade de conhecermos o Dostoiévski ensaísta. Edição brasileira recomendada: O Crocodilo/Notas de Inverno Sobre Impressões de Verão, Editora 34, tradução de Boris Schnaiderman - 168 páginas.

10. Os Irmãos Karamásov (1879) – Assim como Dom Quixote, Hamlet, Os Miseráveis, Em Busca do Tempo Perdido e Ulisses, Os Irmãos Karamázov é um dos principais monumentos da história da literatura universal. É neste romance que encontramos as frases mais conhecidas do autor, como: “Se não existe Deus, tudo é permitido”, “Para que se possa amar um homem, é preciso que ele se esconda”, “O demônio luta com Deus e o campo da batalha são os corações humanos” e “Todos somos culpados por tudo”. O pai Karamásov é um homem beberrão, irresponsável e cruel. Com a primeira esposa, teve Dmítri; com a segunda, Ivan e Aliócha. O quarto irmão é Smierdiákov, o bastardo. A ação principal se desenrola na vida adulta dos irmãos, que são muito diferentes entre si. Dmítri é passional, Ivan é racional, Aliócha é espiritual e Smierdiákov é obscuro. Dmítri disputa os amores da sedutora Grúchenhka com o pai, que, apesar da idade, vive na farra. Ao mesmo tempo, porém, Dmítri se envolve com Catierina, uma mulher respeitável. Aliócha é seminarista e procura desenvolver a sua espiritualidade com o ancião Zózima, um sujeito bondoso, místico e profético. Ivan, um niilista, é professor, leva uma vida intelectual, tem uma queda por Catierina e não se conforma que esta prefira o seu irmão Dmítri. Uma das passagens mais célebres do livro é a alegoria do Grande Inquisidor, que Ivan lê para Aliócha, e na qual Cristo retorna à Terra. Dmítri, que é militar, precisa desesperadamente de 3 mil rublos, pois pegou tal quantia emprestada com uma das mulheres para gastá-la com a outra. A morte do ancião Zózima causa um forte impacto em Aliócha, que, a partir disso, compreende a fraqueza humana. Ivan se aproxima de Smierdiákov, o bastardo, que trabalha na casa como cozinheiro, formando um curioso contraste. Acontece o parricídio: o pai Karamásov é assassinado por um dos filhos. Qual dos quatro cometeu o crime? Com a leitura deste livro, o último que Dostoiévski escreveu e que é, sob todos os aspectos, uma síntese de sua obra, teremos conhecido o ponto culminante de sua trajetória, mas, para que possamos nos considerar profundos conhecedores de Dostoiévski, ainda precisamos ler Recordações da Casa dos Mortos e Os DemôniosEdição brasileira recomendada: Os Irmãos Karamásov, Editora 34, tradução de Paulo Bezerra - 1040 páginas.

11. Recordações da Casa dos Mortos (1862) – Há quem diga que Recordações é uma excelente introdução para a obra madura de Dostoiévski. Essa afirmação tem fundamento, já que aqui encontraremos a gênese dos romances que ele escreveria depois. No entanto, Recordações aparece em uma etapa avançada do nosso roteiro porque acredito que a leitura deste livro se torna mais saborosa na medida em que estamos mais familiarizados com o autor. Ou seja, recomendo o caminho inverso: conhecer primeiro o resultado e depois a gênese. Em outras palavras, este livro pode ser lido como uma espécie de making of dos romances maduros de Dostoiévski. Aqui conheceremos, por exemplo, o jovem Ali, cuja pureza de caráter provocou uma forte impressão no escritor e lhe serviria de modelo para personagens como o príncipe Míchkin e Aliócha Karamásov. O livro não está no catálogo da Editora 34, mas a Editora Nova Alexandria lançou uma tradução direta do russo. A obra pode ser classificada como romance, já que o narrador é um personagem fictício, mas, em última análise, trata-se de um livro de memórias. Edição brasileira recomendada: Recordação da Casa dos Mortos, Editora Nova Alexandria, tradução de Nicolau S. Peticov - 324 páginas.

12. A Senhoria (1847) – Na verdade, depois de ler três ou quatro livros de Dostoiévski, já é possível apreciar qualquer texto do autor, de modo que, nesta parte final do roteiro, a ordem de leituras não tem muita importância. Deixei Os Demônios para o final com o objetivo de fechar o roteiro com um grande romance, mas, se o critério fosse dar prioridade aos livros essenciais, Os Demônios teria de vir antes. De todas as formas, para os que já leram os livros mais conhecidos do autor e estão lamentando o fato de já não terem muitas leituras inéditas (reler é sempre uma delícia) pela frente, A Senhoria é uma grata surpresa. Trata-se de um romance da primeira fase. Breve, experimental, com elementos de realismo fantástico, o livro aborda um estranho caso de amor entre Ordínov, um sonhador com "inclinação inconsciente para os estudos", e Katierina, uma moça que vive com um velho bruxo. Edição brasileira recomendada: A Senhoria, Editora 34, tradução de Fátima Bianchi - 142 páginas.

13. A Aldeia de Stiepântchikov e Seus Habitantes (1859) – Entre os anos 1849 e 1859, Dostoiévski foi preso, condenado à morte, teve a pena comutada depois de uma simulação do fuzilamento (ele chegou a ser amarrado a um poste com os olhos vendados, achando que morreria), passou 5 anos numa prisão na Sibéria e mais 4 cumprindo serviços forçados no exército. A Aldeia de Stiepântchikov foi um dos primeiros livros que ele escreveu e publicou depois dessa década tão sofrida e conturbada. O texto não tem a mesma força que os romances da maturidade, já que Dostoiévski, a esta altura, ainda não tinha passado pelo subsolo que ele mesmo inventaria, alguns anos depois, mas vale pelo personagem Fomá Fomich, um dos melhores personagens de toda a obra do escritor. Edição brasileira recomendada: A Aldeia de Stiepântchikov e Seus Habitantes, Editora Nova Alexandria, tradução de Nicolau S. Peticov – 320 páginas.

14. Os Demônios (1872) – Aqui Dostoiévski nos surpreende utilizando a terceira pessoa, mas não um narrador onisciente, e sim um narrador-personagem, que conhece a todos e é conhecido por todos, sem jamais interferir no desencadeamento dos fatos. Um recurso muito sofisticado que ele soube explorar de modo perfeito. A história trata de duas gerações. Na primeira temos Stiepan e Varvara, dois viúvos que vivem uma relação paradoxal. Ele é o preceptor do filho dela e também tem um filho, e são justamente esses filhos, Nicolai e Piotr, que aparecem como os protagonistas da segunda geração. Os Demônios é sem dúvida o livro mais político de Dostoiévski, que utilizou um episódio real, o assassinato de um estudante, como ponto de partida para o enredo. Embora as questões políticas sejam, em certa medida, anacrônicas, este romance jamais perderá a sua relevância, já que o autor, no melhor da sua forma, faz, como sempre, uma pintura das áreas mais recônditas da psique humana. Dostoiévski é atemporal. Ele escreveu sobre todos nós. Edição brasileira recomendada: Os Demônios, Editora 34, tradução de Paulo Bezerra - 704 páginas.

OS LIVROS QUE AINDA NÃO LI, TEXTOS SEM TRADUÇÃO
E CONTOS POUCO CONHECIDOS

Uma das minhas grandes alegrias é que ainda tenho alguns Dostoiévskis para ler. Não sei em que posição esses livros entrariam em meu roteiro, talvez eu seja obrigado a refazê-lo, futuramente. Alguns, como Humilhados e Ofendidos, O Adolescente, Nietotchka Niezvanova e o conto Bóbok já estão disponíveis em nosso idioma (os dois últimos já estão em minha estante), mas há textos como O Duplo e O Sonho do Tio que, pelo que sei, nunca foram traduzidos, a não ser, talvez, na Obra Completa de Fiódor Dostoiévski, da Editora Nova Aguilar, uma coleção de quatro volumes que custa aproximadamente R$ 600,00 e não tem tradução direta do russo. Em relação a O Adolescente, gostaria de manifestar a profunda decepção que tive no ano passado. Quando soube que a Editora Companhia das Letras lançaria uma tradução desse livro, fiquei extremamente feliz. Depois, no entanto, um pouco antes que o livro chegasse às livrarias, descobri que se tratava de uma adaptação, feita por Diego Rodrigues. Isso significa que o texto não é integral. Não comprei o livro. Prefiro continuar esperando (será que a Editora 34 vai nos salvar?). Uma adaptação talvez torne o livro mais vendável, mais atrativo para o público em geral, já que o deixa menos volumoso e consequentemente mais barato, mas é um desrespeito para com os verdadeiros apreciadores de Dostoiévski no Brasil. A última observação é que há muito tempo li uma novela chamada Uma História Lamentável, numa edição de bolso da Editora Paz e Terra, mas não a incluí no roteiro porque não me lembro absolutamente nada da história e perdi esse livro. Obrigado a todos por ler! Não deixem de fazer comentários e sintam-se à vontade para estabelecer contato, cadastrando-se como seguidores do blog ou através das redes sociais.

BIBLIOGRAFIA DE DOSTOIÉVSKI

  1846 - Gente Pobre
  1846 - O Duplo
  1847 - A Senhoria
  1848 - Noites Brancas
  1849 - Nietotchka Niezvanova
  1859 - O Sonho do Tio
  1859 - A Aldeia de Stiepântchikov e Seus Habitantes
  1861 - Humilhados e Ofendidos
  1862 - Recordações da Casa dos Mortos
  1862 - Uma História Lamentável
  1863 - Notas de Inverno Sobre Impressões de Verão
  1864 - Memórias do Subsolo
  1865 - O Crocodilo
  1866 - Crime e Castigo
  1867 - O Jogador
  1869 - O Idiota
  1870 - O Eterno Marido
  1872 - Os Demônios
  1873 - Diário de Um Escritor
  1873 - Bóbok
  1875 - O Adolescente
  1876 - O Mujique Marei
  1876 - A Dócil
  1877 - Sonho de um Homem Ridículo
  1879 - Os Irmãos Karamasov

83 comentários:

  1. Meu caro Pablo,
    Tive, no meu trabalho, contato com alguns russos da sibéria, onde eles me contaram diversas histórias de seus antepassados naquela região, então resolvi ler Recordações da Casa dos Mortos, fiquei fascinado apesar de ser o primeiro livro de DOSTOIÉVSKI que li.
    Abraço,

    Júlio Sansoni.

    ResponderExcluir
  2. Pelo pouco que conheço esse roteiro parece bom. Obrigado pelas dicas sobre as traduções, o trabalho desses tradutores é realmente louvável!

    ResponderExcluir
  3. Júlio: a vida na Sibéria deve ser bem diferente... Esse contato que você teve com os russos deve ter enriquecido bastante a sua leitura de Recordações da Casa dos Mortos!

    Carlos: esses tradutores como o Paulo Bezerra e o Boris Schaiderman são verdadeiros heróis por realizar esse trabalho árduo!

    Obrigado pelos comentários!

    ResponderExcluir
  4. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  5. Muito interessante seu roteiro! Engraçado que eu comecei a ler justamente Os irmãos Karamázov e isso quando eu tinha 15 anos. Me parece que comigo aconteceu totalmente o oposto, porque foi a partir desse livro que eu passei a adorar Dostoiévski!

    ResponderExcluir
  6. bem legal messmo os comentarios sobre os livros.
    essa é minha ordem cronologica de leitura:
    1- noites brancas
    2- o jogador
    3- os demonios
    4- o idiota
    5- crime e castigo

    reli recentemente o noites brancas, e agora adiquiri o recordações da casa dos mortos, numa tradução (portugues de portugal) que me parece não muito confiavel, da martin claret. impliquei tanto com a tradução q interrompi pra ler mais e mais faulkner, minha atividade preferida atualmente.
    um amigo leu este ultimo em outra tradução e me passou um monte de impressões sombrias que, cismo, faz pensar que estou lendo outro livro.
    ainda assim as descrições de pessoas-presos-detentos-párias-marginais são bem boas, e as reflexões tbm.
    sorte diferente tive com o idiota, insuperável, zenbudista quase, q li em uma edição bem antiga em dois grossos volumes, e com os demonios, edição tão antiga quanto, em tres volumes.
    dostô de primeira qualidade.
    esta é a minha ordem de preferencia:
    1- o idiota
    2- os demonios
    3- noites brancas
    4- crime e castigo
    5- o jogador (engraçado)

    valeu

    ResponderExcluir
  7. Eu só li sobre Crime e Castigo, Irmãos Karamazov e Os Demónios porque foram os livros que eu li de Dostoievski. Não li sobre os outros porque quero lê-los futuramente e tenho fobia de spoiler rs. Bem quanto ao que você escreveu, concordo totalmente com você em relação a Crime e Castigo e Irmãos Karamazov mas Os Demónios me decepcionou bastante, Kirilov e Nikolai são foda mas os outros personagens...mas eu pretendo rele-lo futuramente, depois de ler os outros livros de Dostoievski talvez eu consiga compreender melhor a obra. Já estou te seguindo :)

    ResponderExcluir
  8. ae Pablo, valeu pela dica, os outros dele q está na minha lista é "crime e castigo" e "o idiota"

    mas pretendo ler mais livros dele futuramente, pois tenho outros livros pra ler tmb!

    abraço!

    ResponderExcluir
  9. pablo, me segue lá kra,
    meu ultimo poste foi uma compilação de todos os meus textos de 2010!

    valeu!

    ResponderExcluir
  10. Valeu Pablo, muito bom seu post. Apesar de ter lido alguns livros fora na conta-mão de seu roteiro, mas agora vou tentar segui-lo, Obrigada.
    Estou ti seguindo agora
    lereomelhorlazer.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  11. Leila: acho Os Irmãos Karamázov um livro muito extenso para quem ainda não conhece o autor. Tem muita gente que abandona no meio, mas sorte que isso não aconteceu com você!

    Miras: obrigado pelos comentários e por compartir a sua experiência. O Idiota é realmente um grande livro, que às vezes é subestimado, já que não se fala tanto nele como em Crime e Castigo e Os Irmãos...

    Gleidson: entendo a sua fobia de spoilers. Aliás, se as traduções da Editora 34 têm um ponto negativo, são os spoilers nas orelhas.

    Diego Cosmo: muito interessante o seu blog!

    Mônica: estou seguindo o seu blog... Boa sorte com o desafio!!

    Obrigado a todos pelos comentários!!

    ResponderExcluir
  12. Muito bom...

    Comecei por "Crime e Castigo", mas da editora Martin Claret. É bom, mas pretendo reler uma tradução direto do russo, da 34.
    Depois fui para "Os Irmãos Karamázov", e é, se não o melhor, um dos melhores livros que já li.
    Agora estou lendo "Duas Narrativas Fantásticas" e depois (já estão na estante) "Memórias do Subsolo" e "O Idiota".

    Enfim, excelente post.

    ResponderExcluir
  13. Muito obrigado pelos comentários e dicas.

    ResponderExcluir
  14. Um pequeno retoque:

    Os demônios é atualíssimo, estamos vendo agora as idéias de Piotr Stiepanovitch sendo disseminadas por toda a humanidade.

    Desprezo por valores cristãos e a família, disseminação do ódio, tudo em nome da conquista do poder.

    Dostoievski era um anti-iluminista que percebeu claramente toda a farsa do moviemnto revolucionario desde a revolução francesa foi até capaz de antecipar o decalogo de Lênin

    ResponderExcluir
  15. Olá Pablo,

    Achei legal essa abordagem sobre o autor citado e seus respectivos livros. Seria bacana, sempre que der, você postar análises parecidas com essa, que por sinal ficou ótima.
    Que eu me recorde, não conhceço nenhuma obra desse autor, mas confesso que fiquei curioso e não dispensarei a oportunudade se me defrontar com um livro dele. Valeu pela dica de leitura e quanto à tradução e nomes estrangeiros em obras, realmente confunde o leitor, talves pela época e falta de hábito de ler, nada que impeça a compreenção por aqueles apaixonados por literatura.
    Fico por aqui,
    Quando der passa no meu blog, tem poema novo por lá.
    Até breve,
    Eduardo

    ResponderExcluir
  16. Olá,
    voce comentou no meu blog...
    como o achou? eu acho q ainda nao divulguei ahaha pq ainda to começando, arrumando, aprendendo..ahaha
    mas obrigada pelo incentivo!
    voce eh escritor!! eu vou procurar os eu livro,
    achei interessante!!!Depois q eu ler eu posto o q eu achei do livro la no meu blog!!!
    Boa Sorte com os livros e o seu blog!! E obrigada pela visita..

    ResponderExcluir
  17. Oi, Pablo, como vai?
    Muito obrigada pela visita ao meu blog.
    Eu também gosto dos clássicos, mas ultimamente tenho lido muitos livros mais novos, os chamados 'YAs' por causa do blog. Meu objetivo é incentivar a leitura, formar novos leitores e como professora afirmo que não dá para começar com "Os Sertões", rs. Aos poucos vou fazer resenhas de livros clássicos também, pois é importante que todos conheçam grandes escritores.
    Comprei "Crime e Castigo", mas ainda não comecei a ler, lendo seu post vi que deveria ter comprado outro para começar, realmente escolhi um livro "pesado".
    Vou seguir o seu conselho e comprar "Noites Brancas" assim que for possível.
    Parabéns pelo ótimo blog, adorei e estarei sempre por aqui.
    Beijos,
    Vivi
    http://livrosdavivi.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  18. Pablo! Não me arrependi de visitar seu blog.

    Gostei do seu roteiro para ler Dostoievski. Eu já li a maioria dos que estão lá (pretendo ler todos do autor), mas comecei a ler por pura curiosidade e comecei com "O idiota", há uns cinco anos. De fato, talvez fosse melhor ter começado com outro, pois o começo desse livro pode ser bem cansativo pra quem nunca leu nada do autor. Mas, por outro lado, gostei tanto que hoje ele é meu predileto. rs. E foi o que me levou a procurar outros livros do Dostoievski.

    Parabéns pelo blog!


    Abraço.

    ResponderExcluir
  19. João M: você vai notar a diferença quando reler a tradução direta do russo, mas Crime e Castigo é um livro tão bom que até mesmo uma tradução duvidosa nos prende... Comigo também foi assim.

    Rodrigo Harlan: Eu é que agradeço pela visita!

    José Martin: a sua observação sobre Os Demônios tem grande relevância. Quando falei em anacronismo, referia-me aos regimes totalizantes, às ditaduras... Mas em relação a valores individuais, concordo com você: estamos vendo tudo isso agora...

    Eduardo: para quem gosta de literatura clássica, Dostoiévski é um autor indispensável. Dei uma passada no seu blog. Muito legal esse novo post!

    Miriã: vamos nos manter em contato. Ficarei muito feliz em fazer parte do seu blog! Aliás, fiz aquele teste e o resultado foi: leitor curioso.

    Viviane: o seu propósito de formar novos leitores é louvável. Confesso que às vezes eu fico chateado ao ver o tempo que os jovens gastam com vampiros etc., mas você tem razão: não dá para começar com Os Sertões. Eu não gostava de literatura na época do colégio, mas de quem era a culpa, se eles exigiam que eu lesse Guimarães Rosa? Até para um adulto o Guimarães é difícil, se ele não tiver uma boa bagagem de leitura. Enfim, o tema é complexo, mas acho que pessoas como você estão fazendo a diferença. Continue batalhando! Com certeza vou prestigiar o seu blog!

    Sarah: O Idiota também não me parece muito apropriado para quem estiver começando. Conheço 4 pessaos que começaram por Os Irmãos Karamázov e abandonaram, mas quem vai até o fim sempre se apaixona pelo autor!

    ResponderExcluir
  20. Oi Pablo!
    Nossa, fiquei super motivada para começar a descobrir Dostoiévski.
    Tenho uma amiga que é super fã e sempre me incentiva. Mas, às vezes eu não sei como começar. Gostei muito das dicas e o "post" já está nos meus favoritos. Quando ler, conto para você a experiência! =)
    Gostei também das dicas das sobre traduções. Quanto mais próximo da fonte, mais fiel!
    Prefiro obras em inglês e espanhol quando a lingua do autor é uma delas. Mas, não cheguei a cogitar aprender russo ainda, apesar de ter muita curiosidade sobre a cultura!

    Enfim.. Muito obrigada pela sua visita! Já estou seguindo vc. Espero manter contato! ;)

    Bjo


    Ni
    Faz Parte...

    ResponderExcluir
  21. Pablo, parabéns pelo blog e gostei muito do seu roteiro para ler Dostoiévski. Abraços, Peterson

    ResponderExcluir
  22. eu iniciei a leitura de Dostoievski pelo lado inverso (segundo o seu roteiro), digamos assim. o primeiro livro dele (o primeiro de literatura russa, diga-se de passagem) foi "Crime e Castigo", depois li "Irmãos Karamazov", e só então li "O Jogador" e em só recentemente li "Noites Brancas".
    Dostoievski é fascinante, sua linguagem é mágica e seus personagens vibram de tão vivos que são. no entanto, acho a leitura dele um tanto quanto complicado, coloquemos nesses termos, justamente pela carga emocional, pela força dos personagens e, principalmente, pelos diálogos longos e densos.
    mas, independente do livro que está se lendo, do livro com que se iniciou, Dostoievski é uma leitura obrigatória em nossa vida de leitor.

    ResponderExcluir
  23. Nossa, nem conhecia esse autor... As vezes parece que sou de outro mundo, usahasusahuash.
    Vou procurar saber os livros dele, tomando base no seu roteiro. Parece que são ótimos.
    Beijos ;*

    ResponderExcluir
  24. Nunca li Dostoiévski, mas já ouvi ótimas críticas
    Adorei o roteiro =D
    Você também é autor né?
    Beijos

    ResponderExcluir
  25. Quando tive de ler Crime e Castigo na faculdade, tentei por umas dez vezes até conseguir acompanhar os capítulos de fato. mas depois que netrei na história, precebi que não era um bicho de 7 cabeças. Hoje Crime e Castigo é um de meus livros preferidos. Dostoiévski também, um dos autores que mais gosto. Seu roteiro é ótimo, vou seguir alguns conselhos.

    Fique bem.

    ResponderExcluir
  26. Tem um selo pra vc no meu blog. Vai dá uma olhada lá!

    ResponderExcluir
  27. Olá, Pablo

    Obrigado pela visita ao meu blog e pelos elogios. Criar um blog sem cair naquele esquema fácil de sorteio de livros, resenhas superficiais, etc e tal, pode parecer decepcionante no início, mas visitas como a sua deixa o trabalho mais gratificante.

    Seu post sobre Dostoiévski é bastante útil. Só não pretendo seguir seu roteiro por questões sentimentais. É o seguinte: meu pai tem uma edição jurássica de Os Irmãos Karamázov. Nem imagino quem seja o tradutor. É de uma capa dura, vermelha, que faz parte de uma coleção de clássicos. Ele sempre me contou que lia essa edição enquanto trabalhava como ascensorista há décadas atrás. Já imaginou hoje em dia topar com um ascensorista num elevador lendo Dostoiévski ?? Eram outros tempos, aqueles.

    Pois eu pretendo ler exatamente aquela edição que ainda se encontra na casa dos meus pais.

    Mas depois dele, pretendo seguir seu roteiro.

    Abraços,

    Márcio (Thriller Dude)

    ResponderExcluir
  28. Gostei muito das suas dicas, o que está na minha lista é noites brancas agora!

    ResponderExcluir
  29. O primeiro livro que comecei a ler foi Noites Brancas, fiquei maravilhada, mas abandonei a leitura pois percebi que era em português de Portugal. Ano passado que realmente comecei a ler Dostoiévski, A Dócil e Sonho de um Homem Ridículo. Me apaxonei completamente por esse autor. Depois veio Crocodilo, Notas de Inverno, Crime e Castigo e Gente Pobre. Quero que o próximo seja Noites Brancas. Adorei suas dicas.

    ResponderExcluir
  30. Pablo,
    Adorei!
    O seu roteiro de Dostoievski é perfeito. Irretocável. E necessário.
    Muitas pessoas, que não tem muito conhecimento de literatura, e principalmente com os escritores russos, demoram a entender esse maravilhoso autor. O acham denso, trágico, e na verdade não é nada disso. Ele era um reltor da alma humana e escrevia dentro do contexto histórico que vivia.
    Para nós a Rúsia do século XIX pode parecer algo muito estranho, muito distante da nossa realidade, mas era o ambiente que o autor vivia. E para a época na Rússia ele era até bem popular, quase um Paulo Coelho.
    Acho que seu roteiro ajuda até os fãs do autor a continuar sua jornada pela obra de Dostoievski, bem devagar. Pois como você colocou muito bem, não podemos ler a obra dele de uma tacada só. Tem que ter sempre alguma coisa faltando para irmos lendo ao longo da vida.
    Vi que você ainda não leu Humilhados e Ofendidos. Aconselho que o coloque como o próximo da lista. Depois dessa leitura talvez você até munde um pouco o seu roteiro para inclui-lo antes de Crime e Castigo.
    Humilhados e Ofendidos é uma novela que foi publicada em capítulos em jornais da época, portanto com uma linguagem bem mais dinâmica que os romance.
    Voltarei sempre. Parabéns!
    Theresa

    ResponderExcluir
  31. Pablo, gostei muito do seu roteiro, queria inclusive algumas sugestões, eu tenho o livro A Aldeia de Stiepântchikov e Seus Habitantes, porém é uma edição bem antiga, de 1984 (não sei se mais antiga do que a que você recomendou), ela foi traduzida por Elias Davidovich e editada pela global editora, sabe me dizer se é "confiável"? e tenho memórias da casa dos mortos pela edição de bolso da l&pm pocket, o que acha? meu e-mail é: caroline.ruiz@yahoo.com.br

    ResponderExcluir
  32. observações: o primeiro e único livro que li de Dostoiévski foi Crime e Castigo, e na minha opinião é um dos melhores livros que já li, não me foi dificil em nada, simplesmente mergulhei na leitura. Como próximo livro ainda não sei qual deles lerei, mas o que sei é que só por crime e castigo dostoiévski se tornou um marco para mim, nunca esquecerei este livro, sempre recomendo e pretendo relê-lo!
    O livro que tenho da edição de 1984 na verdade esta traduzido com o título de O Vilarejo.

    ResponderExcluir
  33. Pablo, assim como os diversos comentários, tbm gostei do seu roteiro. Particularmente iniciei minha leitura por "Crime e Castigo" e o fato é que me apaixonei! Mas nem todos gostam de cara, por isso vale muito a pena repassar o seu roteiro de leitura =)

    ResponderExcluir
  34. Olá, Pablo.
    Adorei o seu blog, em especial este roteiro. Sou apaixonado pela Literatura Russa, Dostoiévski e Tolstó são os culpados disso. Tive o primeiro contato com este primeiro com "O Idiota", mas "Crime e Castigo" é arrebatador. Quem iniciar sua incursão por ele não se arrependerá.

    ResponderExcluir
  35. Olá, Pablo.

    É o seguinte... Comecei agora a ler Dostoiévski. Estou mais ou menos na página 200 de Crime e Castigo, e, agora que li o seu post, estou pensando em parar. O que você acha?
    Ah, tenho essa coleção que você falou Obras Completas. Meu pai comprou de um vendedor de livros por no máximo duzentos reais. \o_

    Grande abraço.

    ResponderExcluir
  36. O nome do tradutor de "A aldeia" é aquele mesmo?

    ResponderExcluir
  37. Li Noites brancas quando era ainda um adolescente e,com certeza deve ter sido uma edição traduzida do francês.Pergunta: essas edições que você recomenda,foram feitas diretamente do russo?
    Parabéns pelo blog.
    Abraços!!!
    Marcos,

    ResponderExcluir
  38. Ótimas suas dicas Pablo, pena não te-las encontrado antes... Comecei com Crime e Castigo, depois li Memórias do Subsolo e iria começar Recordações da Casa dos Mortos... Mas acho que vou começar de novo, seguindo sua sequência... Obrigado, muito bom o blog!

    ResponderExcluir
  39. Sinceros agradecimentos pelo roteiro! muito bem feito e organizado. ótimo blog e ótimo trabalho com este post.

    ResponderExcluir
  40. Adorei o roteiro. Vou seguí-lo a risca! O único do autor que já li é Niétotchka Niezvânova, que é um livraço!!! Excelente, mt bom msm.
    Se todos os outros forem assim, devem ser mt bons tb.

    ResponderExcluir
  41. Pablo, gostei do roteiro! Tentei começar pelos Karamazov e não foi lá tão fácil. Pretendo ler todos os citados até o 2014. Achei que faltou (imagino eu) um livro antes de todos esses: a bíblia. Afinal é de onde parte grande parte dos dilemas do autor. Procede? Abraço

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Se fôssemos estudar a fundo o autor, além da Bíblia deveríamos ler também o Corão (que ele estudou com afinco na Sibéria), Victor Hugo, N Gógol, A. Púchkin, campanhas de Napoleão, etc.

      Excluir
  42. Olha so pessoal, me ajudem e ve se é loucura, estou pensando em adquirir todos os livros da Editora 34, o que vocês acham? penso nisso pro começo do ano que vem. talvez final do ano.

    ResponderExcluir
  43. Não tem Moderador no Blog, ninguém responde aos topicos?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. jeferson eu pensei nisso tb, já comprei gente pobre e o duplo (chegaram sem problemas) da editora 34!Por que não ler na ordem cronológica do próprio autor?acho muito mais interessante,uma vez que, vc evolui junto com ele. é melhor para referencias históricas e biográficas. é exatamente isso que farei,na medida do possível, visto que ainda há livros a serem publicados.

      Excluir
  44. Jeferson, eu não acho loucura. Eu vejo como um investimento! Vc está investindo em vc, se dando um presente. Eu estou fazendo o mesmo, mas aos poucos. Estou comprando todos conforme eu tenho tempo de ler.

    Uma dica, compre pela internet. É mais barato do que nas livrarias. Sem querer fazer propaganda, mas na loja física da Cultura "Noites Brancas" está por R$ 29, enquanto que no site do Extra o livro está por R$ 19. O segredo é pesquisar na Internet.

    ResponderExcluir
  45. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  46. Pablo, seu roteiro é adorável e suas sínteses são muito bem elaboradas - o que fazem de você um exímio apreciador deste gênio.
    Aconteceu comigo justamente o que você previra no início do texto: comecei lendo Os irmãos Karamazov e acabei adiando a leitura. No entanto, algum tempo depois reiniciei a leitura e acabei fascinado pelo mundo dostoievskiano.
    Achei muito interessante a ordem que você estabeleceu para leitura. Incluiria na lista "O Duplo" (recentemente traduzido pela 34!) depois de Noites Brancas.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Concordo com você e obrigado pelo dica quanto ao "O Duplo".
      E claro, parabéns, Pablo! Você me incentivou bastante a apreciar essa literatura.

      Excluir
  47. Aliás, ler "O Capote e outras histórias" (Gógol, ed.34) vale a pena também para se inserir na literatura de Dostoiévski.

    ResponderExcluir
  48. Obrigada por este roteiro. Já li Crime e Castigo há muitos anos mas quero enveredar pela leitura deste autor até porque estou a cursar ciências sociais na univ. aberta de Lisboa e a obra dele é verdadeiramente fascinante.
    Estou a seguir desde agora o seu blog :)

    ResponderExcluir
  49. Sempre gostei de ler tudo e sempre ouvi falar muito bem desse famigerado pensador mas nunca o tinha lido,mas agora aguçou-me ainda mais a vontade de adquirir um exemplar de Dostoiévski e devorá-lo vorazmente graças à todos os comentários de vocês! Fiquei tentado por começar a ler OS IRMÃOS KARAMAZOV. Parabéns pelo ótimo jogo Pablo......

    ResponderExcluir
  50. Quando te dei parabéns pelo ótimo jogo na verdade quis dizer blog........abraço!!!!

    ResponderExcluir
  51. Caro Pablo,
    Seja sincero, o que vc acha da tradução da edição obra completa da editora nova aguilar?
    Abraço,
    Danilo

    ResponderExcluir
  52. Caro Pablo, me diga sua opinião sobre a edição da nova Aguiar coleção completa, em termos de tradução e qualidade da obra, tipo, papel e tamanho da letra! Entre a editora 34 e a Aguiar qual a melhor?

    ResponderExcluir
  53. A minha primeira leitura na obra deste genio foi ' O jogador ' , fiquei fascinado . Hoje leio e releio constantemente toda a obra disponivel do mestre , principalmente com as novas traduções da editora 34 .

    ResponderExcluir
  54. Sou novo na literatura russa. Há alguns anos comecei a ler Noites Brancas e simplesmente não foi, ai acabei me afastando dos russos por um tempo. Mas agora estou lendo Crime e Castigo e estou adorando!

    ResponderExcluir
  55. Olá, Pablo.

    Muito legal sua iniciativa. Eu estou terminando "O Sonho do Titio" e, na sequência, lerei "Sonhos de Petersburgo em Verso e Prosa". Sou alucinado com Dostoiévski. Li 17 obras dele (19, com essas duas que estou lendo). Deixei Os Irmãos Karamázov pro final: a cereja do bolo. E ainda não li Os Demônios, além de outros 4 ou 5 livros.

    Para mim, é o maior escritor de todos os tempos - muito pela identificação que eu tenho com ele.

    Se eu fosse fazer, até agora, um TOP 5, seria esse (não necessariamente na ordem):

    1- Crime e Castigo - romance
    2- O Idiota - romance
    3- Memórias do Subsolo - novela
    4- Humilhados e Ofendidos - romance
    5- Sonho de Um Homem Ridículo - conto


    ResponderExcluir
  56. Uma outra questão: muita gente desconhece o lado cômico de Dostoiévski, explorado em obras como O Crocodilo, A Aldeia de Stepantchikovo, Bóbok e até em O Eterno Marido. Eu gosto muito e acho que ele é igualmente bom nessa seara. Mas ainda prefiro o denso, o corta-pulso e angustiante Dostoiévski - dissecador da alma humana, capaz de me fazer chorar como criança e ter pena (e ao mesmo tempo esperança) na humanidade.



    ResponderExcluir
  57. Comecei por Humilhados e Ofendidos e estava lendo Crime e Castigo, mas achei muito confuso e cansativo dei uma parada, mas quero retomar.

    ResponderExcluir
  58. Muito interessante os argumentos que formam o roteiro. Ótimo post, tentarei usá-lo. Parabéns!

    ResponderExcluir
  59. Pablo, obrigada pelas recomendações!
    Já li Noites Brancas há algum tempo e agora estou relendo para poder adentrar em outras obras do autor.
    Importa-se se eu citar esta postagem em meu blog para divulgá-la a quem quiser começar a ler Dostoiévski?
    Atenciosamente.

    ResponderExcluir
  60. Muito boa a recomendação de ordem da leitura de Dostoievski. Sou alucinada por literatura russa e basicamente leio os eslavos, alternados dos sul americanos. Quanto Dostoievski, li primeiro Crime e Castigo, seguido por Os demônios, Recordações da casa dos mortos e por último Irmãos Karamazov. Não foi uma boa ordem, pq li as mais complexas com 15 e 16 anos e acho q preciso reler. Pablo, só um esclarecimento: por que sugeriu Gente Pobre (a primeira obra publicada) em oitavo lugar? Obrigada. Abç.

    ResponderExcluir
  61. Oi Pablo!
    Obrigado pelo roteiro.
    Vou começar a seguí-lo.
    Um abraço.

    ResponderExcluir
  62. Algum tempo atrás eu disse que gostaria de seguir o roteiro no único comentário que fiz aqui. Agora estou começando o sétimo livro do roteiro e curtindo muito. Ler Dostoiévski é dar um presente para a mente. Muito obrigado pelo excelente roteiro, Pablo!

    ResponderExcluir
  63. Caro Pablo,
    Que bom foi encontrar seu blog e as preciosas dicas. Gostei muito dos seus textos. Explicativos e instigantes sem tirar a surpresa e a alegria de ler os livros. Pena não tê-lo encontrado antes de eu começar minha aventura dostoievskiana.
    Eu disse a mim mesma que esse ano Dostoievski não me escapava... e não mesmo! Comecei pelo "Os demônios" e, lógico, me dei mal! Parti então para "Noites Brancas" - longos diálogos, mas sem perda do "fio da meada" - e depois o impagável "O eterno marido". Daí em diante fiquei animada! Normalmente costumo ler vários livros de uma vez, e como encasquetei com o Dostoiesvki estou com "Recordações..." e "Crime e castigo" ao mesmo tempo. Embora a primorosa escrita de ""Crime..." seja, com todo o mérito, a grande obra, confesso que "Recordações..." é o tipo de livro que nos deixa completamente incomodados. Aquela narrativa truncada que transparece os afetos das personagens, aquela agonia, a melancolia, a desesperança, tudo isso nos deixa com um nó da garganta.
    Obrigada mais uma vez. Seu blog já está nos meus favoritos.
    Abraços.
    Daniela

    ResponderExcluir
  64. Pablo,
    Estou seguindo sua sequência...

    ResponderExcluir
  65. Achei perfeito esse seu post. E fico impressionada como as pessoas acham dificeis de ler os livros do Fiodor! Comecei com o mesmo que você: Crime e Castigo traduzido do Cony. Não sabia que era condensado. Terei que ler novamente! Já li Humilhados e Ofendidos e para mim foi um dos melhores dele. E li tbm o Adolescente que saiu da Companhia das Letras. Estou lendo o Aldeia, Fomá é demais!! Estou amando.

    ResponderExcluir
  66. E cinco anos depois da sua postagem, cá estou eu. Mas realmente precisei deixar registrado o meu agradecimento pelo seu roteiro e suas explicações para tal. Esse ano eu iniciarei a minha leitura da obra de Dostoiévski e foi muito bom conhecer um pouco da sua experiência como leitor. Lhe deixo aqui grande abraço virtual e meus agradecimentos!

    ResponderExcluir
  67. Achei interessantíssimo esse roteiro! O primeiro livro que li de Dostoievski foi "Crime e Castigo", há uns 10 anos atrás, mas fiz umas 3 tentativas e desisti, antes de tomar a decisão firme de lê-lo até o fim rsrs. Estou agora lendo Os Irmãos Karamazov, e já li Nietotchka (achei muito bom, mas a ausência de fim é muito frustrante, e pelo que me lembro ele acaba em um momento muito forte da história) e O Idiota, porém esta último pretendo ler novamente, pois foi uma tradução muito ruim e, creio, não era o texto integral. Se tivesse achado seu roteiro antes, não estaria lendo Os Irmãos Karamazov agora, mas quando termina-lo irei seguir seu roteiro, de repente releio futuramente tanto este quanto meu amado Crime e Castigo hehehe. Parabéns e obrigada
    pelo roteiro!

    ResponderExcluir
  68. Estava meio perdido, e vou usar seu roteiro pra me guiar na leitura desse Autor. Obrigado :)

    ResponderExcluir
  69. Ótimo roteiro, com boas dicas. Eu comprei a obra inteirinha do Dostoievski ano passado, um por um. Todos da Editora 34, salvo Humilhados e Ofendidos e Recordações da Casa dos Mortos, que saíram em boa tradução pela editora Nova Alexandria. Não sei vou ter fôlego pra ler todos, mas pelo menos os 5 - 6 principais eu pretendo. Comecei por Recordações da Casa dos Mortos, estou na metade. Tinha começado mesmo por Crime e Castigo também, mas larguei pela página 100, isso há uns 5 anos. E nem sei por que larguei, estava gostando. Vou deixar este pra depois que ler uns 3 pelo menos. A postagem é de 2011, felizmente de lá pra cá saíram os que o Pablo referiu não ter ainda em boa tradução na época, O Adolescente , O Duplo e O Sonho do Tio, pela Ed. 34.

    ResponderExcluir

  70. Passaram-se 6 anos e esse post ainda ajuda as pessoas a ler esse maravilhoso autor.

    Acho que já está na hora de atualizar esse roteiro hein?

    Obrigada!!

    ResponderExcluir
  71. agora que vi que o Pablo faleceu...obrigada pelo blog e pela lista. RIP Plabo

    ResponderExcluir
  72. Caro Pablo,

    Encontrei seu post porque resolvi procurar uma cronologia das publicações de Dostoiévski para ver onde eu me encontrava e pra onde eu deveria seguir dentro do universo do escritor.

    Achei bastante razoável o seu roteiro! Eu, por exemplo, ao saber da densidade do autor, lendo alguns críticos, resolvi iniciar por "Noites Brancas" (e outros contos) e "O Jogador".

    Então me senti mais preparado para encarar o livro mais realista e impactante que já li na minha vida: "Crime e Castigo".

    Depois disso li "Notas do Subsolo" e estão aguardando em minha estante "Recordações das Casas dos Mortos", "A Aldeia de Stiepântchikov e Seus Habitantes" e o mais esperado, "Os irmãos Karamazov".

    O que mais me atrapalha nesta empreitada é que, além de outros livros de literatura que acho necessário ler (inclusive, é claro, brasileira), há outro russo que toma muito o meu tempo: Liev Tolstói.

    Parabéns pelo trabalho!

    ResponderExcluir
  73. Bom dia! Pesquisando sobre melhores traduções de Dostoievski, deparei-me com essa sua publicação. Como ainda não tive o prazer de ler completamente uma obra dele, vou seguir o seu roteiro.
    Voltarei, mesmo que demore, para lhe expor meus sentimentos nesse mundo do Dostoievski.
    Abraço!

    ResponderExcluir
  74. Pablo, peguei essas dicas faz tempo, mas apenas nesta semana foi que li Noites Brancas. É isso, comecei a seguir sua lista. Obrigado pela divulgação da melhor arte dos universos, a de contar histórias.
    Fiz um posto das minhas impressões no meu blog.
    Abraços!

    ResponderExcluir
  75. Pablo, Somente hoje, em plena reclusão pelo Covid 19 descobri sua orientação como ler os livros, vou seguir.
    Sempre é hora de começar, trabalhei muito a vida toda, trabalhava de dia e estudava a noite e agora, por 42 anos, agora na minha aposentadoria, estou, aos 63 anos "comendo" as letras dos livros e estou amando.
    Grata
    Nildes - Salvador - Bahia

    ResponderExcluir
  76. Apesar de ser da área de Ciências Humanas, é uma vergonha não ter lido nada de Dostoiévski. Vou dar o pontapé inicial seguindo a ordem de nosso amigo.vamos ver o resultado e muito obrigado.

    ResponderExcluir
  77. Olá Pablo,
    Em plena pandemia de corona vírus, me deparo com teu artigo maravilhoso, e seguirei tua sugestão de ordem de leitura. Abraço,
    Mariana

    ResponderExcluir
  78. Pablo faleceu em 2014, pelo que consta em seu Facebook. Porem, este artigo vale ouro e ficará para sempre em minhas memórias.

    ResponderExcluir
  79. Olá, qual livro desse roteiro você me indicaria dar de presente a minha filha de 12 anos? Gostaria MT que ela fosse uma amante da leitura e se apaixonasse por grandes escritores como Dostoievski, forte abraço, obrigada pelas indicações.

    ResponderExcluir